Com mais de 10 anos na produção cultural, estamos presenciando hoje uma grande mudança no universo de eventos, onde ações incríveis e transformadoras vem ganhando lugar na área do entretenimento… E não apenas pelo marketing ou para passar uma boa imagem, mas porque o mundo mudou! Ainda bem que mudou!
Dá pra perceber que agora é praticamente impossível pensar em todas as estruturas de um evento sem desenvolver um planejamento específico para sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, né?
O Rock In Rio, um dos maiores festivais do mundo, por exemplo, nos mostrou muito nesse ano de 2022, com planos de metas de sustentabilidade alinhados às ODS da Onu e também diversos acessos e serviços para pessoas com necessidades especiais (PNE). E quando falamos dessa sigla, estamos nos referindo aos deficientes físicos, visuais, auditivos, intelectuais, pessoas com síndromes variadas e até mesmo aqueles com necessidades temporárias de mobilidade, que foi o caso de uma das pessoas da nossa equipe, que rompeu um ligamento do tornozelo no início de setembro e precisou do empréstimo do “kit livre” para se locomover por lá.
Foram muitas as ações dentro e fora da Cidade do Rock. Como estamos sempre em busca de insights, novas ideias e soluções para os nossos festivais, resolvemos fazer um resumo para que possam se inspirar e agregar valor à marca de vocês enquanto melhoram o mundo.
Pensando na inclusão e acessibilidade
A Cidade do Rock contou com um espaço de estacionamento exclusivo e gratuito para as pessoas com deficiência e 3 veículos adaptados para o transporte de PCDs que estivessem ao arredores. Na parte de dentro do festival, eles tinham a opção de se deslocar com carrinhos de golfe em pontos estratégicos.
O centro de serviços foi considerado o cérebro da operação de acessibilidade, oferecida pela PEPSICO/DORITOS, lá foi feito todo atendimento, cadastro e suporte para as pessoas com necessidades especiais. Além de ser o local onde se podia realizar o empréstimo do kit livre (um equipamento elétrico) e ainda as cadeiras de rodas no formato tradicional, incluindo para obesos e gestantes.
A PEPSICO inclusive, ganhou o PRÊMIO ROCK IN RIO ATITUDE SUSTENTÁVEL criado pela organização do Festival para incentivar práticas sustentáveis.
Para facilitar a locomoção de deficientes visuais, foram instalados pisos táteis de alerta em alguns pontos, assim como placas de sinalização em braile para orientação do local.
Foi entregue um serviço de audiodescrição dos shows e arenas, para que pessoas cegas ou com baixa visão pudessem compreender tudo o que se passava nos palcos.
Uma outra novidade foi o aplicativo Veever, que fornecia serviço de microlocalização, guiada por voz para que eles localizassem o palco, banheiros próximos ou área de alimentação.
Já para o público com deficiência auditiva, foi disponibilizada uma plataforma “sinta o som” próximo ao palco mundo, que tinha o objetivo de trazer a vibração das caixas para que eles pudessem sentir a música em suas diversas formas. Além de intérpretes de libras nas plataformas dos palcos e durante os shows.
Também não poderíamos esquecer que essa edição foi marcada por um dia com line-up 100% feminino, onde vimos nomes como Liniker, Megan Thee Stallion, Ludmilla, Lexa, Priscilla Alcantara, Macy Gray, Ivete Sangalo e Dua Lipa dando um show de representatividade!
E por fim, uma das metas de inclusão desenhadas pelo festival que começou a ser implementada neste ano junto com a Universidade Estácio de Sá: estágios para pessoas em situação de carência econômica e social, dando a elas uma perspectiva de futuro e preparando-os para o mercado dos eventos.
Pensando na sustentabilidade
O Rock in Rio é o primeiro evento de música do mundo a compensar a sua pegada Carbônica e a ter a certificação “ISO 20121”.
Sem contar o fato de que eles conseguiram ser Lixo Zero nas edições de Lisboa, e por aqui, tiveram 80% do lixo reciclado.
Também achamos muito legal a participação das marcas junto ao compromisso do Festival, olhando com cuidado para um mundo melhor.
Além de ser responsável pela construção do Palco Mundo, o principal do festival, no qual utilizaram 200 toneladas de aço 100% reciclável, a Gerdau trouxe uma série de ações com o público, focando nos conceitos de reciclagem e da versatilidade do aço.
Juntos, a Heineken, Braskem, Natura e Coca-Cola, tinham o propósito de reciclar 4,5 milhões de copos plásticos produzidos para os sete dias do festival.
A Natura, com a campanha transborde a Amazônia, nos fez respirar a floresta através de uma experiência imersiva com vídeos, cheiros e cultura local.
A Heineken construiu uma micro floresta formada por espécies nativas da Mata Atlântica, nos fazendo ficar mais próximos à natureza, trabalhando o Heineken Green Your City.
Já a Economia Circular, foi o tema da Coca-Cola que reciclou todas as suas embalagens, trabalhando sua meta “Mundos sem Resíduos”.
A Americanas, que também ganhou prêmio Atitude Sustentável, produziu diversas ações! Uma delas foi distribuir brindes sustentáveis feitos por mulheres em situação de vulnerabilidade, da ONG Orienta Vida.
Agora uma coisa é certa: estamos testemunhando uma nova forma de se fazer festivais.
A questão central é saber se tais mudanças serão transitórias ou se estamos diante de um cenário disruptivo que alterará a dinâmica da indústria para sempre. Bem, nós acreditamos que essa transmutação veio para ficar, mas resta aos profissionais que trabalham diretamente com o setor estarem constantemente antenados às mudanças e acompanharem os novos desafios que estão surgindo (e que ainda estão por vir).
